terça-feira, 8 de julho de 2014

Como treinar o seu dragão - 2 e muitas outras descobertas



Fui ao cinema ver Como treinar o seu dragão – 2.

Amo filmes de animação, pois costumam trazer personagens que são crianças e gosto como elas são retratadas, como se vissem tudo pela primeira vez, é importante manter esta visão, pois ver tudo como se fosse pela primeira vez nos faz enxergar um potencial que não estava ali para quem passou os olhos apenas de relance. Até o simples ato de respirar que, você leitor, está fazendo neste exato momento, se efetuado com atenção pode te levar a epifanias (Todo sopro de ar é sagrado.).

Fui ver com alguns amigos, nem todos tão interessados no filme como eu e outra amiga estávamos. A primeira versão eu já havia gostado muito, pois me inspirara bastante, mas esta foi muito além. As cenas de ação me fizeram delirar – eu tenho um problema com cenas de ação, elas me deixam eufóricas, eu fico hiperativa e é difícil me segurar na cadeira. Eu queria gritar com o personagem, queria sentir o vento e tudo o que o personagem sentia. São pensamentos que me consomem rápido demais e eu não me seguro dentro da própria mente. Ver um filme é um estimulador sensorial forte demais.

O filme tem como aventura central o drama de Draco, o vilão da história, tentar fazer um exército de Dragões controlando-os em ordem de ganhar poder e controlar o mundo. Soluço e seus amigos, agora com 20 anos (minha idade, rolou uma identificação aqui!), levantam-se em defesa de seus amigos alados.
Apesar de cenas brilhantes com uma animação de primeira, um roteiro bem escrito com dramas e piadas na hora e medida exata, o filme traz a lição de procurar conhecer a si mesmo. Soluço perdeu a mãe cedo, vê em seu pai alguém que ele não é e por isso tem problemas em achar seu “verdadeiro eu”. Tudo toma maiores proporções quando seu velho exige que se torne o líder da Aldeia. Soluço encara as adversidades -das quais não vou dar spoiller aqui, acho que já falei o suficiente- guiando-se por seus princípios e extintos. O clímax se dá quando acaba se descobrindo um grande homem, tirando de si a força que achava não possuir, com ajuda de amizade e coragem.

Tudo poderia ser uma bela letra para abertura de animê com um título cor-de-rosa para “eu quero ser um mestre Pokémon”, não fosse por um detalhe: todos estamos na mesma busca de Soluço, a Descoberta do que realmente somos.  Qual nossa essência? De quê sou feito – memórias, pensamentos, e tudo (ou apenas) o que vivi até agora? Quais os meus princípios? Isso é mutável? E os problemas, as adversidades, eu preciso mudar minha essência para enfrenta-las?

São perguntas difíceis e caso você queira ir para o 9gag agora eu vou entender.

A primeira coisa a aprender para procurar o que somos é – somos parte de Deus, ou desta grande energia cósmica, o Manda Chuva, a Fonte. Você é parte, uma outra visão de uma mísera fração Dele, criada para desbravar o universo, perpetuar-se e procurar as respostas para estas mesmas perguntas. Você está aqui para descobrir-se. Você é uma maneira de o cosmos se conhecer.

A segunda coisa a entender é que você é completo. Não há nada que lhe falte para enfrentar adversidade alguma. O que certamente falta algumas pessoas é ter a bondade, exato!, a bondade de escutar a si mesmo. Procurar o silêncio da mente, buscar a parte mais sabia de sí, a mais alta - o seu eu superior. Aquela também é um das muitas frações de você, só que bem mais informada por ela não possuir resistência a nada do que o universo é – nem o que é bom, e nem o que é ruim. Ela simplesmente é. Simplesmente existe e não tem nenhum problema com isso.

Fantasy MoonA terceira coisa a colocar em pauta é a sua essência: você é luz. Sim, você é luz. Talvez você pense que não, que é uma pessoa obscura, talvez triste. Mas na verdade você é luz. E ilumina, e muito – especialmente quando permite-se a dádiva de ser você mesmo. O “ser você” é uma criatura plena, em completo alinhamento com a fonte, algo que é difícil ser em tempo integral, muitos mestres também não conseguem, mas se você conseguir sentir, por um segundo sequer, o que é ser plenamente você, conjunto com o universo sem restrições, o que verá é luz. Esta é a sua essência – é de onde surgem os bons princípios.

 A coragem de ser quem você é, que na nossa sociedade é uma grande audácia, mas que o leva a caminhos inimagináveis que sempre valem a pena. A honestidade, mesmo que isso machuque seu ego, mesmo que isso lhe valha alguns arranhões. A compreensão, de olhar nos olhos do seu próximo e saber que ele não é você, ele é diferente, porém é feito do seu mesmo éter e, portanto, um semelhante que, acima de tudo é um espelho e serve para  o seu crescimento. A bondade, que isto muito falta nas pessoas – a bondade de aceitarem a felicidade (que nem sempre é fácil pois as pessoas gostam de se punir e se machucar, e nem sempre é fisicamente, mas também mental e psicologicamente). É preciso ser bondoso consigo para ser bondoso com o mundo.

Mirror, Mirror  (by Balsamo)Por que você acha que falta tanta bondade no mundo? Por que as pessoas não são bondosas consigo mesmas, por que não olham para dentro, por que evitam conhecer o que são de fato – a sua essência. E por que se esquivam tanto? Por que olhar-se no espelho é doloroso. Descobrir-se é uma viagem incrível e que só traz vantagens, mas também é uma viagem árdua – falta água, cicatrizes se abrem em seus pés, falta abrigo para o Sol quente e o desespero a noite virá, junto com o frio. Mas essa dificuldade tem nome: chama-se auto-cura. E a água fresca, o descanso para os pés, a tenda para se proteger do sol e o abraço para acalentar as noites está todos aí dentro, guardados, onde você precisa jogar luz para enxergar. E isso demanda coragem.

Não é fácil iluminar as sombras de olhos que sempre viveram longe da luz. Isso dói. O universo é tão perfeito que até a dor faz crescer. Até que se descobre o amor. E o amor, aí sim, o amor! O princípio-mor rege o nosso universo, que depois de duras penas ele se revela como o que já estava ali o tempo todo espreitando, é o que mais lhe fará crescer, eu garanto. Tudo isso para no fim, recomeçar este processo novamente, e novamente, e lapidar-se.

Descobrir-se, e redescobrir-se para que, por fim, descubra o que você realmente é: Amor.

“Mas se eu sou uma parte do universo e todos eles são feitos do mesmo material que eu só que de um jeito diferente, e se eu sou amor então...” – você se pergunta, em algum lugar deste planeta, quieto em seu recinto.

...Exatamente, o Universo é Amor

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